sábado, 31 de outubro de 2009

Reportagem da Revista SindTRR Atualidades

Esta reportagem foi feita pela Jornalista Responsável Bruna Bressan Bellini -MTB -31394 para a Revista SindTRR Atualidades - é uma publicação do Sindicato Nacional TRR.

Cães Abandonados - A incansável batalha dosapaixonados por animais

“Não há diferenças fundamentais entre homem e os animais nas suas faculdades mentais; os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento”. (Charles Darwin)

A cada dia cerca de 60 animais são abandonados nas ruas da cidade de São Paulo.A Organização Mundial de Saúde, OMS, estima que existam no Brasil cerca de 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Pêlos curtos, enrolados, volumosos ou ralos, não importando a raça ou o tamanho, é bastante comum encontrarmos animais vagando nas ruas. Grande parte está à procura de um pouco de comida e quem sabe de um lar. Todos são vítimas de abandono. Os que têm sorte são encontrados e levados a um dos milhares abrigosexistentes no país.O trabalho das Ongs de proteção animal é incansável.

O amor por cães e gatos leva um grande número de pessoas a direcionar parte do seu tempo, de seu afeto, de suas economias e muitas vezes de seus sonhos em prol dos animais. Um exemplo de perseverança é o trabalho realizado pela Equipe do Canil da Dona Vera. Num sítio, no bairro de Cachoeira, na grande São Paulo, cerca de 100 cães vivem divididos em 16 canis construídos em um terreno em declive com risco de desabamento. Fato,aliás,ocorrido há pouco tempo, levando um cão à morte.

O trabalho de Dona Vera começou há 30 anos cuidando de cães e gatos de um ferro-velho no bairro do Cambuci, em São Paulo. Desde então ela nunca mais se separou dos seus queridos dequatro patas. “Sei que é a minha missão. Faço tudo que posso e que não posso por eles,” comenta. Nesse longo tempo,algumas pessoas aderiram a essa luta. Hoje, a equipe de Dona Vera é composta por cerca de dez voluntários. Entre eles está Genilda Lopes, a “Gê ”, apaixonada por cães. A voluntária limpa, dá banho,ajuda na preservação dos canis e sempre tem atenção e carinho de sobra para oferecer aos animais. “São filhos queridos. Cada um tem um nome e uma história”,conta “Gê ”. Junto com a equipe, desde 2002, está Fábio da Silva de 26 anos. O jovem, que mora com a família numa modesta casa no mesmo terreno do abrigo, é fundamental para a sobrevivência das dezenas de cachorros dos canis. O trabalho de Fábio é diário. Limpa, alimenta os “fiéis amigos” e cuida da aplicação dos medicamentos, tudo com o máximo de cuidado e dedicação. “Gosto de todos igualmente. A minha grande felicidade é quando um deles fica doente e eu consigo curar”, com os olhos marejados.

O abrigo sobrevive de doações. A maior urgência hoje é conseguir um novo local. Além do risco de desabamento, não há espaço para acolher outros animais.